GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA - PARTE 2ª.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Parte 1
1.1 – Adolescência e Comportamento Sexual
A adolescência é um
período de vida que merece atenção, pois esta transição entre a
infância e a idade adulta pode resultar ou não em problemas futuros para
o desenvolvimento de um determinado indivíduo.
No entanto, para entender
como a adolescência pode favorecer o aparecimento de problemas como a
gravidez precoce, o alcoolismo, abuso de drogas, entre outros, é
necessário uma breve revisão sobre este período.
A palavra
adolescência vem do latim “adolescere” que significa “fazer–se
homem/mulher” ou “crescer na maturidade” (Muuss, 1982 apud Kimmel
& Weiner, 1995, p. 2), sendo que somente a partir do final do século
XIX foi vista como uma etapa distinta do desenvolvimento (Reinecke,
Dattílio & Freeman, 1999).
Atualmente, a adolescência se caracteriza
como uma fase que ocorre entre a infância e a idade adulta, na qual há
muitas transformações tanto físicas como psicológicas, possibilitando
o surgimento de comportamentos irreverentes e desafiantes com os outros, o
questionamento dos modelos e padrões infantis que são necessários ao
próprio crescimento (Kahhale, Odierna, Galleta, Neder & Zugaib,
1997b; Banaco, 1995; Beaufort, 1996; Kimmel & Weiner, 1995; Muuss,
1996).
Na literatura (Muuss, 1996), o término da adolescência é definido em
termos sociais, ou seja, é marcado por rituais de passagem como, por
exemplo, o casamento.
Contudo, no Brasil a adolescência possui diferentes configurações, pois
depende da classe social em que o adolescente está inserido. Nas classes
mais privilegiadas, é entendida como um período de experimentação sem
grandes conseqüências emocionais, econômicas e sociais; o adolescente
não assume responsabilidades, pois dedica-se apenas aos estudos, sendo
essa a sua via de acesso ao mundo adulto. Enquanto nas classes mais
baixas, que representam aproximadamente 70 milhões de adolescentes com
menos de 18 anos, os riscos do experimentar, tentar, viver novas
experiências são maiores e não há a possibilidade de se dedicar
somente aos estudos, tornando a adolescência simplesmente, um período
que antecederá a constituição da própria família (Kahhale et al,
1997b; Pereira, 1996).
As mudanças físicas ocorrem devido ao aumento da produção hormonal
neste período, o que pode provocar uma alteração das emoções,
portanto, explicando a perda de controle e desequilíbrio psicológico do
adolescente (Kimmel & Weiner, 1995; Pereira, 1996).
No entanto, para a análise do comportamento, essa alteração das
emoções no adolescente pode ser explicada através do papel do ambiente
em sua vida, ou seja, seus comportamentos podem ser fruto de uma
interação com um ambiente punitivo que não possibilita o aumento e a
adequação do seu repertório comportamental. Muitos destes
comportamentos são esquivas de um ambiente aversivo. Os problemas do
adolescente está em sua relação com o mundo (Banaco, 1995).
Esta postura é compartilhada com a teoria da aprendizagem social que
também acredita que o comportamento é primeiramente determinado pelos
fatores sociais e ambientais, operando com o contexto situacional
particular (Muuss, 1996).
Evidentemente as modificações biológicas são importantes, mas o
desenvolvimento psicológico dos adolescentes é mais determinado pelo
ambiente sócio-cultural em que vivem (Kimmel & Weiner, 1995),
portanto este é o foco da análise do comportamento.
A maior contribuição das mudanças biológicas, do ponto de vista
cultural, é a "transformação do estado não reprodutivo ao
reprodutivo" (Schlegel & Barry, 1991 apud Muuss, 1996, p. 385),
pois o amadurecimento do sistema reprodutivo impõe os limites para cada
sexo (Kahhale, 1997); neste contexto, surge a sexualidade na
adolescência; sendo esta temática de relevância mundial, pois tanto
dificuldades como desafios que aparecem aos adolescentes ocorrem
independentemente da diversidade cultural, étnica e social (Carvalho,
1999).
Acompanhando as alterações hormonais, o comportamento sexual do
adolescente é um produto de fatores culturais presentes no ambiente, que
cada vez mais erotiza as relações sociais (Silvares, 1999; Banaco, 1995;
Muuss, 1996).
No entanto, o comportamento sexual tem como principal função a
sobrevivência da espécie, ou seja, é um comportamento biologicamente
determinado, encontrando-se social e culturalmente controlado, o que não
permite dizer que o comportamento sexual do adolescente é controlado por
um único conjunto de procedimentos (Skinner, 1998).
A sexualidade do adolescente pode se expressar através do relação
heterossexual e/ou homossexual, da masturbação e de fantasias (Muuss,
1996; Masters, Johnson & Kolodny, 1988).
De acordo com alguns autores (Banaco, 1995; Strasburger, 1999; Muuss, 1996), este comportamento durante a adolescência deve-se às expectativas sociais e à modelação a partir da televisão, filmes e músicas que influenciam o espectador desde a mais tenra idade.
De acordo com alguns autores (Banaco, 1995; Strasburger, 1999; Muuss, 1996), este comportamento durante a adolescência deve-se às expectativas sociais e à modelação a partir da televisão, filmes e músicas que influenciam o espectador desde a mais tenra idade.
A modelação é definida por Bandura (1979) como a aprendizagem vicária
de comportamentos, ou seja, através da observação de modelos, pode-se
adquirir padrões de respostas autonômicas, motoras e/ou cognitivas,
sendo que esses modelos podem ser reais ou simbólicos, tais como
personagens de filmes e livros.
Porém, aprender por observação é diferente de aprender por imitação,
pois a imitação não implica que o organismo que imita tenha aprendido
alguma coisa sobre as contingências que estão operando no ambiente,
sendo que nem toda imitação produz conseqüências muito vantajosas, ou
seja, a imitação reproduz fielmente aquilo que o indivíduo observou (Catania,
1999).
Assim, pode-se entender melhor o que acontece no comportamento sexual do
adolescente, parece que algumas vezes comporta-se por imitação e não
pela modelação, pois muitos comportamentos que emitem, resultam em
conseqüências mais punitivas que reforçadoras, a exemplo a própria
gravidez na adolescência.
De acordo com Bandura (1979), quando o comportamento de imitação é
positivamente reforçado e respostas divergentes não são recompensadas
ou são punidas, o comportamento dos outros começa a funcionar como
estímulo discriminativo para o reforçamento no controle das respostas
sociais.
Dessa maneira, talvez os processos de modelação também possam ser
utilizados no controle da gravidez na adolescência. Embora em alguns
casos, a gravidez possa trazer conseqüências reforçadoras, como o
casamento precoce entre adolescentes, muitas vezes traz conseqüências
punitivas a curto e longo prazo, como o convívio com condições
econômicas precárias devido ao despreparo social e psicológico dos
adolescentes para exercerem a paternidade e o abandono aos estudos (Cunha
et al,1999; Wong & Melo, 1987; Fávero & Mello, 1997).
A análise skinneriana dos fenômenos da modelação apóia-se sobre o
paradigma dos três termos Sd * R * Sr, onde Sd representa o estímulo
discriminativo modelado, R uma resposta manifesta de emparelhamento e Sr o
estímulo reforçador (Bandura, 1979).
É difícil notar como esse esquema de aprendizagem pode ser aplicado na
aprendizagem por observação, a qual o observador não desempenha
manifestamente as respostas do modelo durante a fase de aquisição, em
que os reforços não são administrados quer ao modelo, quer ao
observador e em que o primeiro aparecimento da resposta adquirida pode ser
retardado por dias, semanas e meses (Bandura, 1979).
No último caso, que é uma das maneiras predominantes de aprendizagem
social, dois dos eventos (R * Sr) do paradigma dos três termos estão
ausentes durante a aquisição, e o terceiro elemento (Sd ou estímulo
modelador) está tipicamente ausente na situação em que a resposta
aprendida por observação ocorre (Bandura, 1979).
Em relação ao comportamento sexual do adolescente, considerando essa
análise, pode-se dizer que filmes, músicas ou novelas atuam como
estímulo discriminativo modelador para que o adolescente inicie
precocemente sua vida sexual, obtendo como reforço imediato o prazer de
experimentar tal situação, resultando em uma comportamento modelado
pelas contingências.
Durante as décadas de 70 e 80, a produção de filmes com a
"exploração sexual" de adolescentes foi grande; Hollywood
apelou para os adolescentes por serem o maior segmento da população que
vai aos cinemas. Muitos são os filmes que lidam com o sexo na
adolescência, porém de maneira inadequada, pois nestes, a relação
sexual e a contracepção estão muito distantes, além de favorecerem a
promiscuidade (Strasburger, 1999).
Estes filmes podem ser vistos como incentivadores ao adolescente para que
inicie sua vida sexual sem medidas contraceptivas, favorecendo em
conseqüência disto, a gravidez na adolescência quando os processos de
modelação são considerados na instalação de novos comportamentos no
repertório do indivíduo, pois o adolescente sem discriminar as
contingências implicadas, preocupa-se apenas com a obtenção do reforço
imediato - o prazer das relações sexuais - sem pensar nas
conseqüências aversivas que podem ocorrer em virtude do seu
comportamento.
Um estudo realizado por Corder-Bolz (1981 apud Strasburger, 1999) mostrou
que as gestantes adolescentes apresentavam-se duas vezes mais propensas a
pensar que os relacionamentos da televisão são como aqueles da vida real
do que as adolescentes não-grávidas, e que as personagens não usariam
contracepção, se envolvidas em um relacionamento sexual, o que demonstra
a falta de discriminação da complexidade desta situação.
Assim, o comportamento sexual do adolescente pode ser visto como sendo
mais um produto de contingências ambientais do que meramente um efeito
derivado de mudanças hormonais, pois é no ambiente que se pode encontrar
as condições que favoreçam a sua manifestação.
1.2 - Gravidez na Adolescência
A gravidez é uma fase da vida que não depende da idade da mulher
(Sarmento, 1990), pode ocorrer a qualquer momento desde de que haja as
condições fisiológicas e ambientais apropriadas para propiciá-la.
Durante anos, em todo o mundo, atribuiu-se demasiada importância à
fertilidade, evitando-se a esterilidade, pois ter filhos era a maneira do
casal prevenir-se da velhice e transmitir o seu nome (Ramos &
Cecílio, 1998).
Com a gravidez, tanto o homem como a mulher, encontram a maneira ideal
para definirem-se e identificarem-se como tal, através dela é que se
confirma a potencialidade do homem e da mulher permitindo a continuidade
da família e a criação de algo próprio (Kahhale, 1997). Dessa forma,
pode-se dizer que a gravidez representa um período de relativa
importância e muitos significados.
As sociedades indígenas, valorizavam muito a fertilidade feminina e
quando a mulher não podia ter filhos, trazia-se outra para tê-los em seu
lugar (Ramos & Cecílio, 1998). Ao longo dos tempos a gravidez assumiu
diversas caracterizações; antigamente a mulher engravidava várias
vezes, tendo um grande número de filhos; atualmente ainda há famílias
que vêem a gravidez com entusiasmo e alegria, obviamente isso depende de
como cada gravidez é vista e vivida no meio familiar, o qual é
fortemente influenciado pelos aspectos socioeconômicos e culturais (Ramos
& Cecílio, 1998).
No entanto, nos dias de hoje a mulher opta por ter poucos filhos, ou
tê-los em idade mais avançada, ou ainda, não tê-los em alguns casos.
A gravidez continua tendo um papel parental biologicamente determinado,
assim como o parto e a amamentação, podendo servir como um dos eventos
socializadores da mulher, pois estabelece novas relações com as figuras
parentais, amigos e familiares (Eiras, 1983; Kahhale, 1997). Atualmente, a
inserção feminina no mercado de trabalho também pode ser vista como um
evento socializador, o que há alguns anos atrás ocorria somente entre os
homens. Essa transformação da mulher aconteceu em função do custo de
vida elevado da atualidade, levando-a a trabalhar fora, deixando de cuidar
apenas dos filhos e da casa como antes fazia.
Por essa razão, entre outras, a gravidez na adolescência causa
preocupações à sociedade, pois os jovens muitas vezes encontram-se
despreparados para enfrentar o mercado de trabalho, o que pode torná-los
marginalizados agravando o quadro de pobreza do país (Cunha et al, 1999;
Wong & Melo, 1987; www. uol. com.br/psicopedagogia/artigos/ gravidez.htm,
1999).
A gravidez é um período de vida da mulher, no qual ocorrem profundas
transformações endócrinas, somáticas e psicológicas que repercutem em
sua vida. Essas mudanças ocorrem da mesma maneira durante a
adolescência, o que de acordo com alguns autores (Galletta et al, 1997;
Kahhale, 1997a; Sarmento, 1990; Maldonado, 1997) favorece o agravamento da
crise comum a ambas as fases do desenvolvimento, pois alegam que gravidez
e adolescência são períodos críticos de vida.
O termo crise diz respeito àqueles períodos de transição inesperados
como àqueles aspectos inerentes ao desenvolvimento; as crises são
precipitadas por mudanças internas ou externas, tendo como principal
característica o fato de constituir uma encruzilhada para a saúde mental
(Maldonado, 1997).
Nesse sentido, a gestante adolescente merece toda atenção dos
profissionais da saúde com o intuito de amenizar as dificuldades deste
período, como no programa do Adolescente da Secretaria Estadual da Saúde
que já atendeu mais de 220 mil garotas. O programa foi instalado no
Hospital das Clínicas de São Paulo e em 112 postos de saúde, nos quais
mais de 500 profissionais de 150 cidades do Estado de São Paulo receberam
treinamento inicial para a formação de equipes e a metodologia empregada
atraiu o interesse de profissionais da saúde de países como a Itália,
Estados Unidos e França. As gestantes adolescentes passam por diversas
etapas de atendimento que compõem um diagnóstico ágil que enfatiza os
aspectos educacionais, desenvolvem atividades artesanais, além de
receberem atendimento ginecológico básico e quando necessário podem
passar por fonoaudiólogos, terapeutas, nutricionistas e até dentistas,
orientações quanto à contracepção, atividade sexual e estímulo à
auto-estima (Órgão Oficial do Cremesp, 1999).
Para Sarmento (1990), a vivência da maternidade durante a adolescência
torna-se mais complicada, pois as exigências que aparecem na busca da
identidade do adolescente, acrescenta-se à grande exigência do
"tornar-se mãe".
Este quadro pode ser mais grave quando ocorrido em um ambiente menos
favorável. No Brasil, onde a adolescência possui diferentes
configurações, por exemplo, uma jovem de classe baixa que engravida
encontra maiores dificuldades devido as suas condições socioeconômicas
precárias e à falta de apoio, muitas vezes, da própria família e do
parceiro (Kahhale et al, 1997b; Cunha et al, 1999; Wong & Melo, 1987
& Mahfouz et al, 1995).
Em 1998, no Brasil, foi registrado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
quase 700 mil partos de mães com idade entre 10 e 19 anos, tendo gasto
cerca de R$153 milhões em gestações de adolescentes (www. uol.com.br/psicopedagogia/artigos/gravidez.htm,
1999); isso deve-se à completa falta de informação, de educação
sexual e a insegurança do adolescente em utilizar métodos contraceptivos
(Órgão Oficial do Cremesp, 1999). Assim, a gravidez, que na maioria dos
casos não foi planejada, aparece em destaque entre os problemas sociais e
de saúde pública (Carvalho, 1999).
Sabe-se que o número de adolescentes que engravidam aumenta
progressivamente e em idades cada vez mais precoces, pois a idade da
menarca tem se adiantado por volta de quatro meses por década do século
XX, sendo que a idade média para que ocorra é de 12,5 a 13,5 anos,
expondo a adolescente a engravidar cada vez mais cedo (www. geocities.com/
Heartland/Plains/8436/ gravidez/html, 1997).
A revolução sexual das décadas de 60 e 70 em conseqüência do
movimento feminista (Fávero & Mello, 1997), favoreceu o aumento da
gravidez na adolescência, não somente no Brasil, mas em outros países
como os Estados Unidos, onde na década de 70 ocorreu uma
"epidemia" de adolescentes grávidas (Goldenberg & Klerman,
1995).
De acordo com Wong & Melo (1987), a crescente tendência da
liberação do comportamento social, especificamente, o sexual, contribui
para o aumento da gravidez na adolescência, devido à falta de
conhecimento do próprio corpo enquanto função reprodutora, vinda da
falta de uma educação esclarecedora tanto no âmbito familiar como no
escolar e social.
Nesse contexto, é interessante que as escolas, tanto públicas quanto
particulares, enfatizem a educação sexual para os jovens, esclarecendo
suas dúvidas e lhes oferecendo toda orientação a respeito do assunto.
Em 1996, 29.520 garotas de 11 anos de idade engravidaram no Brasil (www.
geocities.com/ Heartland/Plains/8436/ gravidez/html, 1997). Atualmente, no
Brasil, a cada quatro milhões de mulheres que engravidam anualmente, um
quarto delas são gestantes adolescentes (Galletta et al, 1997; www. uol.com.br/psicopedagogia,artigos/gravidez.htm,
1999). Além disso, o parto normal tem sido a primeira causa de
internação de jovens entre 10 e 14 anos de idade nos hospitais
conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os estados do
país (www. planetabrasil.com. br/gravidez.htm, 1998).
Nos Estados Unidos, em 1992, 12,7% dos bebês nascidos vivos eram de
jovens com menos de 20 anos de idade (Goldenberg & Klerman, 1995). De
acordo com Rome et al (1998), a gravidez na adolescência tornou-se um
grande problema nesse país, pois a cada um milhão de adolescentes que
engravidam 84% não querem ser mães, o que favorece o aparecimento de um
outro problema - o aborto, algo que também ocorre no Brasil,
principalmente nas classes sociais mais privilegiadas que vêem nele, a
solução para o problema da gravidez da jovem adolescente (Cunha et al,
1999).
No entanto, isso ocorre sem os pais adolescentes assumirem, mais uma vez,
a responsabilidade sobre a decisão de ter ou não o bebê, reproduzindo
os possíveis determinantes do crescimento da gravidez na adolescência: a
falta de responsabilidade e desorientação dos jovens (Cunha et al,
1999).
Um outro inconveniente da gravidez durante a adolescência, diz respeito
às funções fisiológicas, ou seja, as adolescentes representam um grupo
de alto risco obstétrico, pois apresentam um elevado nível de
complicações quando comparadas às demais, além de favorecer o
nascimento de bebês prematuros ou quando a mãe possui idade inferior a
13 anos, tem duas vezes e meia a mais possibilidade de gerar um bebê com
baixo peso (Goldenberg & Klerman, 1995; Mahfouz et al, 1995; Du
Plessis, Beel & Richards, 1997; Phipps-Yonas, 1980; Masters, Johnson
& Kolodny, 1988; www. geocities. com/ Heartland/ Plains/
8436/gravidez.htlm, 1997).
Os efeitos da gravidez na adolescência quanto aos resultados clínicos
causam controvérsias (Goldenberg & Klerman, 1995), como exemplo dessa
polêmica, pode-se citar um estudo realizado na Arábia Saudita (Mahfouz
et al, 1995) que aponta os mesmos riscos para jovens e mulheres entre 20 e
35 anos para desenvolverem anemia e hipertensão.
Esses autores alegam que a adolescência não aumenta os riscos
obstétricos, já que neste país é muito comum o casamento antes dos 20
anos de idade e que a taxa de concepção entre as jovens não foi, neste
estudo, diferente àquelas com idade entre 20 a 35 anos de idade.
Preocupam-se com os aspectos sociais e econômicos, ou seja, para eles em
uma sociedade que provê suporte socioeconômico e um bom acesso aos
cuidados pré-natais, a adolescência não pode ser considerada um grupo
de alto risco para a gravidez.
Acredita-se, atualmente que os riscos da gravidez durante a adolescência
seja mais determinado por fatores psicossociais relacionados ao ciclo da
pobreza e educação existente, e fundamentalmente, a falta de
perspectivas na vida dessas jovens sem escola, saúde, cultura, lazer e
emprego; para elas, a gravidez pode representar a única maneira de
modificarem seu status na vida (www. uol.com.br/psicopedagogia/artigos/gravidez.htm,
1999).
Sabe-se que em sociedades pré-industrializadas, a atividade sexual e conseqüentemente
a gravidez são fenômenos seguidos geralmente da
menarca; porém, o Brasil não se trata de uma sociedade
pré-industrializada e sim, apesar de dependente, uma sociedade
capitalista ligada a muitas circunstâncias que deveriam tender a
prorrogar a entrada no casamento e o intercurso sexual (Wong & Melo,
1987).
Mais uma vez pode-se notar o impacto do ambiente na gravidez durante a
adolescência e que esta depende de variáveis culturais, sociais e
individuais presentes em cada comunidade, as quais serão apresentadas a
seguir.


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